Qual o cenário atual da mobilidade elétrica?

Aos poucos, a indústria automobilística convencional (motores a combustão) vem dedicando mais atenção e investimentos ao desenvolvimento de veículos eletrificados (VE’s). O movimento vem, em partes, sendo impulsionado pela necessidade de resposta à crescente procura pelos elétricos, mas também por conta de algumas restrições.

Após determinar 2035 como prazo limite para a produção de motores que usam combustíveis fósseis, a União Europeia (UE) encontra resistência entre países como Portugal, Bulgária, Itália, Romênia e Eslováquia. A ideia desse grupo é reduzir as emissões de gases em 90% até 2035 e alcançar os 100% até 2040.

No Brasil, entre janeiro e maio de 2022, foram vendidos cerca de 16 mil VE’s, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). A marca pode parecer tímida se comparada aos motores a combustão, contudo hoje o consumidor brasileiro já dispõe de 70 modelos à venda, entre 100% elétricos (reconhecidos pela sigla BEV), híbridos (HEV, que têm motor a combustão e elétrico, com bateria pequena e autorrecarregável) e híbridos plug-in (PHEV, que também têm motor a combustão, mas a bateria é maior e recarrega na tomada).

Os números da ABVE ratificam o crescimento do setor. Nos cinco primeiros meses do ano as vendas dos modelos eletrificados aumentaram 57,7% no País. Em outra ponta, a venda de automóveis e comerciais leves a combustão sofreu retração de 18% se comparada ao mesmo período de 2021.

A perspectiva é de crescimento nos próximos anos da participação dos VE’s no Brasil e nos Estados Unidos. Em 2021, os elétricos tiveram uma participação de 4,5% nas vendas totais a consumidores americanos. Na Europa, esse percentual é bem mais elevado, como na Alemanha, onde os modelos eletrificados já respondem por 26% das vendas.

Carros elétricos são considerados uma alternativa para reduzir as emissões de carbono no ambiente e contribuir para uma agenda global de contenção do aquecimento do planeta, uma vez que o setor de transportes é responsável por 13% dessas emissões.

Nesse cenário, novos atores estão surgindo, mirando oferecer produtos e serviços aos consumidores dos elétricos. A indústria automotiva e as empresas que surgiram com a chegada dos carros elétricos e eletrificados, também chamados de “verdes”, contribuem para um planeta mais sustentável.

Os elevados custos das baterias são o principal fator para os custos mais elevados dos VE’s. De olho nisso, o mercado busca soluções e indica que elas estão próximas. Existe um número almejado que o segmento de mobilidade elétrica acredita ser a virada de chave da competitividade do VE’s e essa cifra é de US$ 100 o custo do Quilowatt-hora (kWh).

O alcance da meta significaria um crescimento exponencial no mercado de elétricos. Com custo atual de US$ 128 (aproximadamente R$ 623), o custo das células de bateria vem baixando nos últimos dez anos. Mesmo que pareçam ainda muito tímidos, os números são relevantes, uma vez que os carros elétricos são equipados com baterias de capacidade entre 60 kWh e 100 kWh. Por esse motivo, empresas de todo o planeta estão trabalhando para desenvolver soluções que possibilitem maior autonomia e menor tempo para recarga.

As inovações no setor também são promissoras. Alguns fabricantes já desenvolvem experiências bem sucedidas com veículos com placas solares, ou seja, células fotovoltaicas instaladas no teto ou capô dos automóveis. O objetivo seria recarregar as baterias conforme o carro se desloca ou estaciona ao ar livre.

Outro representante do mercado já desenvolveu um carro elétrico conceito que roda 1.000 km com apenas uma carga e estabeleceu um novo recorde de eficiência com um consumo de apenas 8,7 kWh/100 km.

De maneira geral, a mobilidade elétrica no Brasil e no mundo vive um momento de significativa evolução no que tange a baterias e tempo de recarga. É o início de um próximo estágio na revolução automotiva.

Grandes empresas e potências como a Rússia já compreenderam que as reservas de combustíveis fósseis têm uma limitação. A difusão da eletrificação dos meios de transporte só trará benefícios e impactará não só a sociedade mas também o planeta.

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