Painéis solares e baterias podem ajudar a evitar colapsos na rede elétrica

A infraestrutura de energia nos Estados Unidos é complexa e fica sobrecarregada com frequência. Condições climáticas extremas e acidentes aumentam os problemas que só tendem a se intensificar com o aquecimento contínuo do planeta e o aumento da eletrificação dos sistemas em um país que busca diminuir o consumo de combustíveis fósseis.

Projetos de energia solar de escala associados a baterias podem manter as luzes de uma casa acesas até mesmo em casos de queda de energia em toda a rede elétrica. Mas esses projetos também estão começando a desempenhar uma função como coadjuvante da rede principal, pois, se conectados à rede elétrica e utilizados corretamente, atuam como “usinas de energia virtuais”, estabilizando os picos e reduções na demanda de energia de forma até mesmo a evitar alguns tipos de apagões.

Na Califórnia, em Vermont e e em alguns outros estados, esse conceito de usar a geração de energia residencial associada a baterias já vem sendo testado.

Fontes de energia como a solar e a eólica têm um problema: o sol nasce e se põe e os ventos sopram forte e enfraquecem. Ou seja, são transitórias. Por isso o foco passou a ser na busca do armazenamento eficaz de energia excedente, o que tem se revelado um problema complexo.

Felizmente, avanços em baterias vêm mudando esse cenário. Baterias se tornaram muito mais eficientes e baratas nos últimos anos. O custo das baterias de grande escala caiu 70%.

Uma grande parcela do crescimento do sistema de armazenamento de energia nos EUA é proveniente dos sistemas de bateria instalados em residências pelos próprios moradores, geralmente em conjunto com um pequeno módulo de painéis solares no telhado.

Após os apagões da Califórnia ocorridos em 2019 e 2020, muitas famílias no estado começaram a buscar meios para enfrentar esses desafios. Em 2019, cerca de 20 mil residências na Califórnia tinham sistemas de armazenamento residencial. Em meados de 2020, eram cerca de 30 mil, afirma Bernadette del Chiaro, diretora da Associação de Armazenamento e Energia Solar da Califórnia. Em meados de 2021, ela acredita que serão 60 mil.

Muitos apagões acontecem por um motivo simples: a demanda por energia é maior do que o sistema pode fornecer. E sistemas que consomem muita energia, como ar-condicionado durante o verão, são importantes nessa carga.

Isso geralmente acontece durante o verão, quando muitos aparelhos de ar-condicionado são ligados, e no inverno, quando são ligados os aquecedores. Seja no quente ou no frio, se consome muita energia para manter a temperatura das casas e a demanda dispara.

Seja no calor ou pelo frio, os gestores de energia têm o problema de estabilizar a demanda em suas complexas infraestruturas. É quando as luzes se apagam: a concessionária de energia desliga os sistemas para evitar panes catastróficas ou ocorrem sobrecargas e, com elas, desligamentos dos sistemas.

As redes de distribuição de baterias — tanto de porte industrial quanto residencial — poderiam ajudar simultaneamente moradores em busca de abastecimento contínuo de energia e a rede elétrica em geral. Apenas essa “redução na demanda” já pode ser fundamental em momentos críticos.

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