Uma pesquisa sobre investimentos em eficiência energética, encomendada por uma representante do setor de tecnologia, aponta que há na indústria brasileira uma forte tendência em intensificar os investimentos em eficiência energética na busca não só de redução de custos, mas de cumprimento de compromissos de sustentabilidade corporativa.
Ao todo, foram consultadas 2.294 empresas de 13 países, variando, em tamanho, de 500 a 5.000 funcionários ou mais. Entre as representantes brasileiras, 48% informaram que já vem investindo em aumento da eficiência energética e 51% planejam fazê-lo, sendo que 63% devem efetivá-lo ainda em 2022 – o maior índice entre os países pesquisados. No cenário global, 54% das empresas participantes já estão investindo e 43% têm intenção de realizar aportes na área, com 40% declarando que esse plano será concretizado ainda este ano.
Além disso, 89% dos entrevistados em território brasileiro esperam que seu investimento em eficiência energética aumente nos próximos cinco anos. Considerando todas as empresas, esse índice ficou em 90%, chegando a 99% na China.
“Essa aceleração do investimento no Brasil, em linha com o resultado global, é uma notícia positiva. Com o crescimento populacional e econômico, as mudanças climáticas podem chegar a um ponto crítico. Além disso, o cenário se torna ainda mais complexo diante dos avanços da urbanização e da tensão geopolítica. Isso exige que governos e indústria intensifiquem as iniciativas para a redução de emissões e, nesse contexto, melhorar a eficiência energética é uma estratégia essencial”, declarou um executivo do setor.
Dados de alguns estudos independentes apontam que é possível haver redução no consumo global de energia na casa dos 10%. Isso equivale a 90% do consumo anual da União Europeia. Para alcançar essa marca, 300 milhões de sistemas acionados por motores industriais no mundo devem ser substituídos por equipamentos otimizados e de alta eficiência.
Entre as empresas brasileiras que já investem em eficiência energética, três em cada cinco (60%) estão atualizando seus equipamentos para as melhores classificações de eficiência da categoria, como motores elétricos de alta eficiência controlados por acionamentos de velocidade variável. O número é maior que o da vizinha Argentina (48%), mas ainda inferior ao da China (83%). Ainda entre os entrevistados brasileiros, 51% estão implantando sistemas de gerenciamento de energia em edifícios. Contudo, 47% das empresas no País apontaram o custo como uma grande barreira para melhorar sua eficiência energética. Apesar disso, a economia de gastos foi o motivo mais importante para investir (71%), seguido por compromissos de sustentabilidade corporativa (69%).
Especialistas do setor acreditam que isso significa que o investimento inicial atua como um obstáculo, impedindo ganhos de longo prazo. “É crucial que governos e indústria entendam que a adoção de tecnologia de eficiência energética proporciona um rápido retorno do investimento enquanto reduz as emissões de CO₂. Eficiência energética traz, enfim, grandes benefícios para os negócios, para a imagem da empresa e para o meio ambiente.”