A iluminação pública tem grande peso nas despesas de qualquer município brasileiro. Mas um exemplo de prática sustentável que, além de reduzir custos, também ajuda o planeta tem ocorrido na pequena Jardim Alegre, no Paraná. Foi lá que a administração municipal investiu na substituição de todas as lâmpadas a vapor de sódio pelas de LED na iluminação pública, instalou placas fotovoltaicas e uma usina de geração de energia solar, com o objetivo de minimizar os custos. Implantado em 2020, o projeto garantiu uma economia de 10% na verba da iluminação pública e garantiu que as tarifas de energia da população de 18 mil habitantes não sofressem aumento em 2021.
O prefeito José Roberto Furlan (Cidadania) pretende instalar mais duas usinas na cidade. Ocupando uma área de 800m², a primeira usina teve custo de R$ 250,00 mil e gera 75 kVA. A expectativa é de que a segunda usina esteja em funcionamento até o final de 2022. Na opinião do prefeito, a boa administração é o que garante a ampliação da rede e assegura que os recursos investidos sejam devolvidos à população. Furlan acredita que o projeto seja aplicável não só em outras cidades do Paraná como também em todo o País e no mundo.
Existem outros exemplos de cidades pelo Brasil que também têm investido em energia renovável – não apenas em iluminação pública como também em edifícios. Em Vitória (ES), por exemplo, foram instaladas 180 placas de energia solar para a geração de eletricidade na Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Vitória (CDTIV).
A implantação do projeto de energia solar teve investimento de R$ 507.546,99 e foi financiada graças a um acordo celebrado entre o município e o Ministério da Ciência e Tecnologia. O projeto tem produção estimada em 7.120 kWh/mês. O Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac), outro edifício municipal que concentra diversos setores da administração pública, também recebeu placas de energia fotovoltaica. Implantado em 2019, o sistema solar já gerou cerca de 190,5 MWh de energia, o que proporcionou uma economia de R$ 192,39 somente no ano passado.
Outros investimentos sustentáveis estão sendo feitos na cidade. Está em construção um edifício de apartamentos populares, que abrigará 48 famílias em situação de vulnerabilidade. O imóvel contará com placas de energia fotovoltaica e com sistema de reaproveitamento de água da chuva. O investimento estimado é de R$ 8 milhões.
Há em Vitória uma usina de geração de energia solar, instalada em 2019. Contudo, técnicos da Secretaria de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana (Setran) constataram, após análise, que o projeto não apresenta viabilidade técnica e econômica e, por isso, será desativado. De acordo com a atual gestão, quando assumiu, a usina já apresentava avarias, não tinha contrato de manutenção e estava inativa.
Localizado no litoral do Estado de São Paulo, o município de Caraguatatuba seguiu um caminho muito similar ao da cidade paranaense. Atualmente, quase 100% da iluminação pública da cidade conta com lâmpadas LED. Das 25.459 luminárias, 23.853 são de LED. A concessionária Caraguá Luz ampliou o número de postos de iluminação pública em 4.521, além de modernizar outras.
O acordo celebrado em Caraguatatuba é considerado pioneiro, uma vez que o município foi o primeiro a firmar um contrato de parceria público-privada (PPP) na área de iluminação no Estado de São Paulo e o segundo do País, de acordo com a Prefeitura. Concluído em 2018, o investimento foi readequado em 2020, de modo a suprir demanda adicional e reprimida, como também do crescimento vegetativo.
Houve no município uma redução média do consumo de aproximadamente 54%. Existem também projetos voltados à iluminação da faixa de areia nos 12 quilômetros de orla. “Pensamos em uma cidade mais segura com essa nova iluminação, mas também no futuro tecnológico”, diz o prefeito Aguilar Junior.
A Estância Turística de Pereira Barreto, no interior paulista, também fez investimentos na área de iluminação. Desde 2019, a administração pública instala placas solares no município para a geração de energia. Ao custo de aproximadamente R$ 950 por unidade, as placas garantem economia aos cofres da cidade.