No início de setembro deste ano, o ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque utilizou a rede de rádio e televisão para fazer um pronunciamento e pedir aos brasileiros “uso consciente” de água e energia elétrica. O pedido do ministro se dá diante da maior seca vivida no País desde 2001. O termo racionamento foi evitado para que não houvesse sobressaltos no mercado e quedas nos níveis econômicos, mas, na prática, os cidadãos puderam entender que há possibilidade de racionamento em um futuro breve.
Em um cenário como o atual, é essencial buscar alternativas e soluções eficazes para ampliar a eficiência energética em todos os setores, não somente pela possibilidade de redução de custos, mas também para evitar o risco de falta de energia.
A primeira ação necessária nessa busca é a identificação de gargalos. Análises gerais internas auxiliadas por equipamentos e soluções de monitoramento e gestão de energia são parte fundamental do processo.
Eficiência energética se alcança com conhecimento
Uma das soluções mais eficazes para aumentar a transparência interna relacionada ao consumo energético é o rateio. A ferramenta permite a produção de indicadores que auxiliam na tomada de decisão e em projetos de eficiência energética que, por consequência, vão aumentar a lucratividade. No entanto, é necessário saber qual é o consumo exato em cada etapa de produção ou até em cada equipamento ou setor da linha de produção.
Monitorar máquinas e equipamentos parece algo inalcançável ou com custos muitos elevados, mas há no mercado uma elevação de demanda puxada também por empresas que estão se planejando ou em fase de implementação da Indústria 4.0. E são justamente esses dados que fornecem oportunidades significativas de eficiência energética, como retrofit em equipamentos, readequação de linhas de produção e soluções alternativas para partida de motores, etc.
Delinear um plano estratégico
O gerenciamento de energia a partir de um planejamento estratégico com rateio contribui para a identificação de oportunidades valiosas, a definição de metas e o rastreio do progresso, além de demonstrar de maneira clara os resultados para o objetivo final de economia de energia. Na maior parte dos casos, é necessário estabelecer etapas de maneira a diluir o investimento em segmentos, como por linha de produção, por prédio, por tipo de máquina, etc., definindo um cronograma de implementação de monitoramento da operação. O mais importante é dar início, ainda que de maneira enxuta, e ampliar aos poucos.
A garantia de melhoria contínua da gestão energética está em um planejamento eficaz. O resultado será o aumento do valor de plantas industriais, comerciais e residenciais, além de favorecer a competitividade e os lucros.
Atingir um estágio de eficiência energética é sinônimo de menor uso de energia para alcançar os mesmos resultados. Fazer uso eficiente de energia e aprimorar a produtividade energética em produtos, residências e edifícios comerciais podem auxiliar na redução das contas de energia, na proteção do meio ambiente e na criação de uma cultura de sustentabilidade.
O primeiro passo é a etapa mais importante. Ele pode começar com o rateio de custos de energia, entendendo e analisando o gasto de cada etapa do processo produtivo por meio de dados confiáveis e com a implementação de ferramentas que favoreçam o gerenciamento, medição, coleta e análise do consumo de energia. A aplicação desses dados em dashboards amigáveis torna possível o aprimoramento de ações de eficiência energética, o aumento da produtividade e a redução de custos.